segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

MY LADY (4)

Sigo confuso… Estou perdidamente apaixonado pelo que parece ser uma invenção! Eu sei, a pessoa por quem a gente se apaixona é sempre uma invenção, mas dessa vez é real, quer dizer, é realmente irreal! No começo era apenas uma personagem subversiva sobre a qual eu despejava meu ódio reacionário. Depois, virou mera piada, como qualquer comunista. Mas agora que estou disposto a declarar meu amor – visto a camisa do PT se preciso! – ela me some. Saio desvairado, de déu em déu, a procurá-la. Pergunto nos bares, nos diretórios centrais estudantis, nas livrarias, no Google, e nada. Soletro seu nome, D-A-Y-A-N-A T-A-N-T-A-S, e é como se eu falasse um desconhecido idioma. Ninguém sabe, ninguém viu, não há a mais remota notícia! Uns poucos que dizem saber de quem se trata riem dos meus sentimentos e proferem as piores palavras a seu respeito, então prefiro acreditar que eles é que estão loucos. Meu psiquiatra recomendou que eu desistisse de provar sua materialidade mas continuasse a escrever, afinal, fictícia ou não, essa história é mesmo incrível. Pode ser... Quem sabe assim ela passe a existir? Confesso, porém, que estou desolado. 

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